Bonita e solitária
A ilha Martin Garcia está estratégicamente localizada no Rio de la Plata sobre a desembocadura do arenoso rio Uruguai. Mesmo que pertence à República Argentina, encontra-se mais perto de Uruguai que do porto de Tigre, na Argentina, do que separam-lhe 35 kilómetros por via fluvial.
Foi descoberta em fevereiro de 1516 por Juan Diaz de Solis, quem enquanto procurava um passo interoceânico achou o doce Rio de la Plata. Solis, desconcertado por ver um mar tão grande cujas águas não eram salgadas senão doces, batizo, como era obvio, “Mar doce” e foi durante essas explorações que a ilha foi descoberta. Nessa viagem exploratória que vinha do mar, morre um dos tripulantes mais queridos. Em honra dele, a apénas avistada ilha foi batizada de “Martin Garcia”.
A ilha é um desprendimento rochoso do dobramento pré-cambriano do maciço de Brasilia e tem 1800 milhões de anos. A sua origem é diferente do resto das ilhas do delta, que formam-se por acumulação de sedimentos provenientes dos rios Parana e Uruguai.
Tem uma altura de 27 metros sobre o nível do mar e é o suficientemente úmida como para albergar uma vegetação extraordinária: alí encontram-se florestas em galeria e a típica flora e fauna da região litorânea.
Como um farol olhando ao rio
A ilha sempre esteve no mesmo lugar, imutável. Mas, a diferença do presente em que pode se chegar a ela em embarcações privadas em minutos, anos atrás chegar até ali não era questão de hóras senão de dias, e de vários dias.
Na época colonial, o lugar era ideal para albergar aos presos mais perigosos da cidade Montevidéu e da vizinha Buenos Aires. Ninguém podia escapar dela, já que alí o Rio de la Plata vira bravo, intolerante e larguíssimo e o Uruguai desagua com tanta força que é impossível atravessá-lo nadando. Tal vez por isso, o antigo presídio era no primeiro que pensavam cuando se nomeava a ilha nesse momento.
Os presidiários trabalhavam nas canteiras de granito (hoje alagadas por uma bonita lagoa cheia de prantas aquáticas) e colocavam a produção de paralelepípedos em grandes carros que, mediante um sistema de trilhos, chegavam até o cais da ilha, onde as pedras eram carregadas nos barcos.
Esses primeiros paralelepípedos deram orígem às ruas do que hoje é chamada a zona histórica de Montevidéu, tanto das ruas do porto quanto dos velhos mercados da cidade.
Martin Garcia foi testemunha de numerosos combates navais que davam-se na zona pelo domínio estratégico das águas. Observou-se fugir ao almirante Brown para Montevidéu para depois ver ele convidar às tropas espanholas a afundar-se nos Bajos del Temor. Demorou aos tripulantes do Graff Spee. Funcionou como lazareto e porto de quarentena com as epidemias de cólera e febre amarela que registraram-se em Montevidéu e Buenos Aires e viu caminhar pelas suas ruas ao poeta Ruben Dario, entre tantos outros fatos notáveis.
Por tudo isso, se você está perto das cidades de Colonia del Sacramento, Carmelo ou Nueva Palmira, a visita é obrigatória.
Localização
Características
Tipo de tourContemplativo
Extras
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A considerarTanto nas cidades de Colonia del Sacramento, Carmelo, Nueva Palmira e no porto de Tigre (Argentina) em forma regular existem serviços fluviais que trasladam a visitantes à ilha. Mesmo assim, se quiser fazer de jeito individual, Martin Garcia possui um imenso cais para amarrar embarcações esportivas, o que observa-se nos meses mais cálidos do verão. É precisso levar passaporte atualizado ou o documento uruguaio de identidade.