Passeios e Excursões:
Honrando o passado
Marcelo Sola Marcelo SolaVisitamos o “velho cemitério” de Paysandú, hoje convertido em Monumento Histórico Nacional. Outra forma de conhecer parte da história da cidade.

Um pórtico de estilo greco-romano rouba inteligentemente a nossa atenção. As colunas coríntias sustentam um pesado capitel, no que a figura de um anjo parece dar as boas vindas. O lugar tem um aspeto lúgubre e solene ao mesmo tempo. Em silêncio, ingressamos ao prédio e apénas ouvimos o som que produzem os nossos passos sobre as pequenas pedras do caminho e o barulho das pombas que habitam no lugar.
Trata-se do antigo cemitério de Paysandú, hoje tornado em Monumento Histórico Nacional pela qualidade das obras que alí se encontram. Conhecido entre os habitantes como “Monumento a Perpetuidade”, guarda riquíssimas obras artísticas e arquitetônicas.

As ótimas esculturas são veros mausoléus de arte e reverência entre os que destacam-se o da família Sriling e a do Gral. Francia. Essas obras de arte foram esculpidas por artistas como Giovanni del Vecchio e Morelli e José Livi. Esse tipo de expresão não existe em nenhuma outra parte do pais. Ao transitar pelo seu interior apreciamos imágens de anjos, santos e leões de mármore de Carrara entre nichos e sepulturas.
A capela foi construida em 1859 por Franciso Poncini; pela sua simplicidade lembra às das zonas rurais do pais.
No lugar descansam os restos de filantropos, científicos, fazendeiros e docentes que forjaram Paysandú que conhecemos. Também encontram-se os sepulcros dos caídos nas batalhas da defesa sanducera durante o assédio e a derrota de que foi objeto a cidade pelas tropas do Gral. Flores e brasileiras na conhecida “Cruzada Libertadora” em dezembro de 1864 e janeiro de 1865.

Impresiona observar as expresões congeladas das estátuas, que parecem querer falar, dizer algo em particular, ainda que no nosso interior sabemos que isso é produto da nossa imaginação.
Se observar com detalhamento, podem se apreciar alguns signos da maçonaria em aquelas tumbas de controvertidas personagens que habitaram em Paysandú. Também, como é de esperar, a marca católica rega pelo prédio.
Tudo é quietude. O resto dos visitantes parece se mexer em câmara lenta. Alguns animam-se a murmurar, mas a grande maioria fica atônita frente às obras que alí se encontram e que eternizam em mármore e bronze um passado cheio de glória e bonança. Na sua estância em Paysandú, esperamos que se anime a visitar o monumento à perpetuidade. Sem dúvida, vale a pena percorrer.

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