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¡Siga, siga, siga a dança!
Pablo Etchevers Pablo EtcheversAs Chamadas são a festa popular mais grande de Uruguai. Cada fevereiro, Montevidéu enfeita-se para que o candombe e folião apropriem-se dos bairros Sul e Palermo.


Me chama que eu saio para a rua
Como cada ano, os primeiros dias do mês de fevereiro dão começo ao carnaval uruguaio, a festa mais popular que tem o pais. Mas antes do começo do carnaval, nos bairros mais pobres de Montevidéu realiza-se o Desfile de Chamadas. Uma história que começou há milhares de anos na Africa, chegou até estas terras uruguaias e hoje exporta-se eo mundo totalmente reciclada.
Conta a história que durante a época da colônia espanhola muitos africanos eram trazidos a América como escravos para desempenhar tarefas nas casas das famílias mais notáveis de Montevidéu.

Cuando finalmente ficou abolida a escravidão, estes cidadãos uruguaios começaram a se reagrupar e assim formaram os bairros chamados popularmente “negros”, entre os que destacam-se os bairro Sul e Palermo.
O candombe foi o ritmo que além de unir eles fazia lembrar o seu passado africano e aproximava à sua orígem, à sua história. “Tocar o tambor” (que desprende-se da palabra africana “tango”) era para eles algo mais do que fazer barulho ou música, significava aproximarse aos seus. Além de usar para se chamar entre eles (de aí o nome de “Chamadas”), servía-lhe para se agrupar e lembrar cultos religiosos e guerreiros, algo que hoje continúa cuando aoredor do fogo esquentam as suas peles.



Somos muito mais do que dois
O grupo, que desfila em cada Chamada, está composto por um inacabável número de integrantes que dão rádea à alegria do carnaval, que começa nas primeiras hóras da noite e acaba com os primeiros raios do sol.
Dois são os dias em que realizam-se esses desfiles. Antes, todas as agrupações desfilavam no mesmo dia, mas devido à grande quantidade de agrupações que querem participar, a organização decidiu fazé-lo em duas noites, frente a um público que não para de crescer.
Durante um desfile, o primeiro que sente-se é o som abrumador dos tambores que escutam-se desde várias quadras antes de que o estandarte ou emblema que distingue à agrupação possa se ver.

Detrás do estandarte aparecem as grandes bandeiras que vão mostrando ao seu passo as cores de cada agrupação. Depois aparecem dançarinos que sustentam figuras, bandeiras e bonecos que remitem a estrelas e meias luas, lembrando parte da religião africana que os nativos tinham antes de chegar a terras rioplatenses (religião islâmica).
Finalmente, aparece o Gramillero, uma das figuras mais chamativas desses grupos. Trata-se do integrante mais velho, que dança ainda com os seus anos nas costas e pretende seduzir com a sua dança à “Mama Vieja ou Abuela” (Mãe velha ou avó), geralmente uma mulher de cor que a pessar dos anos mexe as cadeiras de um jeito sexy e feminino.
Atrás aparecem personagens típicos como O Escobero (vassoureiro), a Vedete, o dançarino ou dançarina, aos que somam-se com maior número de integrantes o Corpo de dança e a melhor roda de tambores, chamados também de tamborileros.
Desde há anos, o primeiro final de semana do mês de fevereiro é a data escolhida para desfrutar dessa festa popular que consegue paralizar o Uruguai e que conta cada vez com mais fãs de qualquer raça e regilião.



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