A cidade de Fray Bentos, capital do departamento de Rio Negro, data da metade do século XIX; o seu nome original foi Villa Independencia. No final deste século, adquiriu importância e um grande desenvolvimento industrial com a chegada de alemães e depois de inglêses que levantaram florescentes fábricas desde onde exportaram-se alimentos para o planeta inteiro. Chegou a ser chamada “a grande cozinha do mundo”.
O nome “Fray Bentos” acarreta certa incerteza; não obstante, se coincide em que poderia provir de um frade de sobrenome Bentos. Pelo jeito, esse religioso ermitão instalou-se na zona denominada hoje Recanto de Haedo, onde na atualidade existe uma população do mesmo nome. Alí fundou um assentamento que, segundo documentam os historiadores, foi obrigado a despovoar em duas oportunidades pelas incursões indígenas violentas encabeçadas por um índio chamado Iramundi. As versões históricas levam a justificar a posterior auto-reclusão do religioso numa gruta achada na zona de Caracoles, no sul da hoje cidade de Fray Bentos.
Durante o periodo de governo de Juan Manuel de Rosas de Buenos Aires, o rio Uruguai abriu-se à navegação e fomentou-se a exportação por vias aquáticas.
Em 1855 o porto da cidade de Gualeguaychú não dava a basto com o comércio existente e além tinha dificuldades com o calado. Na outra beira, as barrancas de Fray Bentos ofereciam um excelênte porto natural, mas não tinha ainda alí nenhum centro povoado.
Fray Bentos como cidade surge no ano 1858, cuando um grupo de empresários uruguaios, inglêses, alemães e irlandêses, provenientes de Montevidéu, compra as terras e as doa ao governo uruguaio para fundar ali o que inicialmente chamou-se de Vila Independência o 16 de abril de 1859.
O auge de Fray Bentos ocasionou-se em 1861, cuando o engenheiro alemão Georg Giebert trouxe à cidade a ideia de instalar uma indústria que mudaria o mundo: o “extrato de carne” (Corned Beef), elaboração que se faria com a fórmula do químico alemão Justus von Liebig. Surge assim a Giebert et Compagnie em 1863. Esse produto fez-se tão conhecido que durante as duas grande guerras mundiais Fray Bentos foi sonciderado o frigorífico do mundo e um dos maiores fornecedores de corned beef para as forças aliadas.
Depois, a economia mundial melhorou e os produtos de Fray Bentos dexaram de se exportar, o que levou ao fechamento definitivo da fábrica em 1979.
Na atualidade, a Argentina e Uruguai mantêm um conflito devido à instalação de uma grande planta de produção de pasta de celulose pertencente à empresa Botnia localizada em território uruguaio e sobre as águas binacionais do rio Uruguai, perto de Fray Bentos. A disputa está referida ao suposto caráter poluente da central de celulose, que poderia afetar a ambos paises. O conflito foi agravado pelos cortes de rodovias como forma de protesta organizados principalmente por parte da população de Gualeguaychú.
Fonte consultada: "Historiografía da cidade de Fray Bentos (1857-1890)", René Boretto Ovalle, 2004.
