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Antigo tesouro

Rocha é uma das cidades mais velhas e emblemáticas do sul uruguaio. Além de dar nome ao departamento, recebe de forma contínua a quens moram ou veraneiam na cidade de La Paloma.

O seu nome, que significa “rocha”, foi escolhido por navegantes e expedicionários para batizar a essas latitudes que tão diferentes são do resto.

No ano 1516, Juan Diaz de Solis chegou ao Rio de la Plata enquanto procurava um canal que permitisse unir os dois océanos e assim, por engano, internou-se no rio pensando que tinha achado o tesouro procurado. Foi nessa mesma expedição que produz-se o primeiro naufrágio no Rio de la Plata, cuando uma das embarcações, no comando do espanhol Francisco Torres, afundou frente à beira de Rocha, ou “rochas”, tão temida a partir desse dia.

Limite em disputa entre os impérios de Portugal e Espanha, nessa região os conflitos foram permanentes, pelo que instalaram-se a fortaleza de Santa Teresa e o fortim de San Miguel, os que, como era de se esperar, mudaram de bandeira várias vezes.
Esses fatos e conflitos fizeram que a população fosse escassa e dedicada na sua maior parte à criação de gado, o que começou a mudar devagar com a fundação da Vila de Nuestra Señora de los Remedios de Rocha, que hoje é conhecida simplesmente como a cidade de Rocha.

Uma nova e longa vida

Fundada por dom Rafael Perez del Puerto o 21 de novembro de 1793, desde aquele momento a cidade de Rocha não deixou nunca de crescer e receber visitantes dos mais diversos destinos, não só da região senão do mundo inteiro.

As primeiras famílias que povoaram foram espanhóis e chegaram desde as cidades de San Carlos e Maldonado. Depois, a voz popular conseguiu que outras famílias começaram a se assentar e assim foi nascendo Rocha.

Nas lutas pela independência nacional, essa zona teve um protagonismo fundamental, igual do que durante a Grande Guerra, levada a cabo entre unitários e federalistas da região inteira do Rio de la Plata.

Ao longo desses anos foram se fundando os povos e pequenas cidades que compõem o que hoje é conhecido como Departamento de Rocha; a mais velha das cidades passou a ser capital departamental.

Nela pode se observar como passaram os anos respirando, caminhando e olhando através das suas casas e ruas. Também é possível admirar a sua Praça da Independência, a sua igreja, os museus e o invejado complexo e estádio esportivo, além de um teatro municipal que para muitos é a jóia mais importante que alberga a cidade. Batizado Teatro 25 de Maio, foi inaugurado no ano 1910 e a quase 100 anos e vida conserva intato o seu estilo arquitetônico italiano, cuja forma de ferradura faz dele um dos mais acústicos do continente americano inteiro. Por ele passaram Margarita Xirgu, Alberto Candeu, Antonio Larreta, Dath Cefir e Atahualpa Yupanqui, entre tantos outros grandes que tiveram o luxo de pisar as ruas e paralelepípedos dessa bicentenária cidade. Velha, mas não por isso menos bonita.

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